segunda-feira, 23 de julho de 2007

Médicos de HR e HGV também se demitem

por Wagner Sarmento

O sistema público de saúde está à beira da falência. Ontem, 15 médicos ortopedistas do Hospital da Restauração (HR), no bairro do Derby, e 28 do Hospital Getúlio Vargas (HGV), no Cordeiro, pediram demissão conjunta à Secretaria Estadual de Saúde (SES). A informação foi repassada pelo Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), embora não tenha sido confirmada pelos diretores das unidades de saúde. O dia de hoje, por isso, promete ser ainda mais caótico para quem precisa do atendimento dispensado nos serviços de traumatologia das duas emergências. Na sexta-feira, 14 profissionais do Hospital Otávio de Freitas (HOF), em Tejipió, já haviam solicitado sua exoneração dos cargos, o que gerou uma transferência de demanda para o HR e HGV, que operaram sob superlotação e revolta nos últimos três dias. Dois desses especialistas retiraram o pedido.

O secretário Jorge Gomes afirmou não ter conhecimento a respeito do afastamento dos 54 traumatologistas e garantiu a manutenção do atendimento nos setores de urgência, pelo menos, até o próximo plantão, que se encerra às 19h. Segundo ele, os pacientes podem procurar a assistência oferecida por HR, HGV e inclusive HOF, que estava sem atender. Para assegurar os serviços ao povo, a SES utilizou médicos que não aderiram à paralisação e remanejou especialistas de outras unidades de saúde que compõem a rede estadual. "Estamos fazendo o possível para preservar o funcionamento. Estamos encontrando dificuldades, mas tentamos a cada instante administrar a crise. Nosso objetivo é evitar danos à população", declarou.

Os plantões, de acordo com a secretaria, vão operar normalmente. Serão três ortopedistas a cada 12 horas na Restauração e no Getúlio Vargas, além de dois no Otávio de Freitas. A SES fará nova reunião para definir o plantão desta noite e não descarta a contratação temporária de profissionais, caso a situação se agrave. "Vamos usar de todos os recursos possíveis, dentro e fora da rede", frisou Jorge Gomes. A secretaria vem mantendo encontros permanentes com as diretorias dos três hospitais para viabilizar soluções para os problemas.

Outras sete unidades de saúde da Região Metropolitana conveniadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) estão recebendo casos de baixa complexidade, que totalizam até 80% dos pacientes, com o intuito de desafogar a assistência no HR, HGV e HOF. Os locais escolhidos pela SES para direcionar atendimentos mais simples são o Hospital Oscar Coutinho, Hospital Maria Lucinda, Hospital de Santo Amaro, Hospital Evangélico, Hospital Memorial dos Guararapes, Hospital Geral de Camaragibe e Hospital Central de Paulista.

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