segunda-feira, 23 de julho de 2007

Simepe promete não recuar

por Wagner Sarmento

O vice-presidente do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), Antônio Jordão, explicou que os traumato-ortopedistas são os profissionais submetidos às piores condições de trabalho, o que, segundo ele, justifica o fato de os 54 médicos afastados serem da mesma especialidade - que concentra a maior parte dos casos de urgência. "Estão todos desencantados", resumiu. Baixos salários, equipes desfalcadas, falta de equipamentos, medicamentos escassos, leitos insuficientes, filas intermináveis. Razões pelas quais o Simepe promete não recuar. "Nossa posição é a posição da categoria. A classe deu um basta", frisou. O sindicato, de acordo com o dirigente, rejeitou a última proposta de reajuste feita pelo Governo do Estado, que estipulava um aumento de 3% a 40% e visava implantar um Plano de Cargo, Carreira e Vencimento (PCCV). O piso salarial atualmente é de R$ 1,4 mil, mas os médicos reivindicam R$ 2.161. "Estamos abertos para negociar", garantiu ele.

A Secretaria Estadual de Administração considerou precipitado o pedido de demissão feito pelos ortopedistas, pelo fato de as negociações ainda não terem sido encerradas. O Simepe discordou da declaração. "Não houve precipitação. São sete meses de governo. Demos um prazo, mostramos nossas dificuldades. Nada foi feito. Alguns médicos decidiram se antecipar, pois não suportavam mais esperar", pontuou o presidente do sindicato, Mário Fernando Lins. Outros 94 profissionais entregaram ao Simepe cartas oficializando a intenção de exoneração.

O traumatologista Fábio Kaussman trabalhava no Hospital Getúlio Vargas (HGV) até ontem. Não resistiu às dificuldades e pediu demissão. Segundo ele, a adesão no HGV foi de 90%. "Não temos condição de trabalhar. O hospital só vive lotado, faltam macas para levar pacientes até o bloco cirúrgico, o salário é um dos piores do Brasil. Chegamos ao limite. Não dá mais", desabafou.

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