segunda-feira, 23 de julho de 2007

Pacientes sofrem na pele a carência de médicos

por Wagner Sarmento

O autônomo Geraldo Hermínio da Silva, 47, foi socorrido para o Hospital da Restauração, na tarde do dominho, após um tronco de árvore cair em sua cabeça, na cidade de Paulista. Ao chegar ao local, a necessidade de uma vaga na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) iniciou um drama para ele e sua família. Até o fechamento desta edição, ele ainda não havia conseguido um leito. A dona de casa Andréa Cavalcanti da Silva, 24, filha de Geraldo e grávida de cinco meses, estava indignada com a situação. "A situação é crítica, um transtorno. Meu pai está em estado grave e não recebe o atendimento que precisa. Quem não tem plano de saúde está fadado a morrer no corredor", reclamou ela. "Está tudo congestionado lá dentro. Pessoas no chão, um sobre o outro, um verdadeiro caos. Não há respeito com a população", completou Cristiano Sales, 31, marido de Andréa.

A emergência do HR tem capacidade para atender 90 pessoas. Ontem, chegou a abrigar mais de 230 pacientes, quase três vezes mais. Por várias horas, a assistência foi prejudicada pela quebra do aparelho de raio-X. Para solucionar o problema, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) relocou um equipamento do Hospital Barão de Lucena (HBL).

No Hospital Getúlio Vargas (HGV), a mesma agonia. Pacientes deitados em macas aguardavam, ao sereno, à porta da emergência, para serem transferidos para outras unidades de saúde. Se normalmente o hospital recebe 250 pacientes por dia, o número quase dobrou. A superlotação gerou insatisfação, revolta e caos. "Isso é uma miséria, uma tortura, um descaso. Ninguém merece ser tratado assim. Não agüento mais ver tanto sofrimento", disse a dona de casa Amara Alexandrina, 68, que acompanhava o irmão, diabético, vindo do município de Escada, na Mata Sul do Estado.

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