Tiago Barbosa
A Secretaria de Defesa Social (SDS) de Pernambuco lançou mão de uma estratégia para melhorar a captação e processamento de dados nas ocorrências relacionadas às vítimas da violência que derem entrada no Hospital da Restauração (HR), no Derby, no Recife. O órgão dotou o posto policial que fica na unidade de saúde de um sistema informatizado capaz de alimentar e disponibilizar em tempo real para investigações as informações sobre os casos que aportarem no hospital.
A SDS quer que o Boletim de Ocorrência Eletrônico, que está em funcionamento há mais de vinte dias no HR, seja levado para as principais emergências do Estado. O próximo centro a receber a ferramenta será o Hospital Getúlio Vargas, no Cordeiro.
A escolha pelo HR, segundo a SDS, se se justificou por conta da alta demanda mensal recebida pela unidade. Dos cerca de 18 mil atendimentos registrados no local, 15% fazem referência a uma situação que pode gerar uma ocorrência policial. Para a chefe da Unidade de Tecnologia da Informação da Polícia Civil, Mary Anne Belfort, o serviço vai agilizar o repasse dos dados para que sejam iniciadas as investigações e aumentar a eficácia na apreensão de criminosos.
A diminuição do tempo para que as informações se tornem acessíveis às delegacias é, segundo a delegada, fator determinante para que isso ocorra. Explica ela: "Antes, registrávamos de quatro a seis dias para fazer o material chegar até a DP e instalar um inquérito. O boletim saía do HR, seguia para a Delegacia do Espinheiro (encarregada de fazer a triagem), passava pela Diretoria de Polícia e, finalmente, era encaminhado para a delegacia em cuja circunscrição o crime ocorreu. Agora, ele vai estar no sistema pouco tempo depois de ser preenchido pelos agentes do posto policial". Mary Anne garante que um relato feito no domingo à noite estará disponível já na segunda pela manhã.
A eficácia do trabalho policial seria favorecida não somente pela agilidade do registro dos dados, mas pela exploração do momento em que eles são colhidos. "Na emergência, as pessoas contam as vesões inteiras. Há casos em que elas se furtam a dizer o que sabem depois que as investigações são tocadas. Aquele é o melhor instante para apurar", observa. A idéia da SDS também é utilizar as informações apanhadas para formar um rico banco de dados que possibilite elaborar ações policiais ou aproximar a atuação em conjunto entre as delegacias.
"Se uma pessoa cometeu estupro em dois locais diferentes, pelas características do estuprador poderemos saber se o crime praticado tanto no Cordeiro quanto em Pau Amarelo, por exemplo", diz. A delegada afirmou que os agentes passaram por um treinamento para operar o novo sistema.
segunda-feira, 13 de agosto de 2007
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